OS LUSIADAS CAMOES CANTO V Os Lusiadas Les Lusiades OS LUSIADAS V-45 LES LUSIADES V-45 * LITTERATURE PORTUGAISE
literatura português Luis de Camões [1525-1580] Tradução – Traduction Jacky Lavauzelle texto bilingue
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-« É do primeiro Ilustre, que a ventura – « Et de Francisco de Almeida, premier Illustre, Com fama alta fizer tocar os Céus, Qui par sa grande renommée atteindra les cieux,…
18 avril 1842 – Ponta Delgada (Les Açores)- 11 septembre 1891 Ponta Delgada 18 de abril de 1842 – Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891
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Traduction Jacky Lavauzelle
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L’INCONSCIENT O INCONSCIENTE _______________________________________
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O Espectro familiar que anda comigo, Le Spectre familier qui m’accompagne, Sem que pudesse ainda ver-lhe o rosto, Sans que je puisse voir son visage, Que umas vezes encaro com desgosto Parfois, je le considère avec répulsion E outras muitas ansioso espreito e sigo. Et souvent, impatient, je le guette et je le suis. * É um espectro mudo, grave, antigo, C’est un spectre silencieux, grave et ancien, Que parece a conversas mal disposto… Qui semble fuir les conversations … Ante esse vulto, ascético e composto Devant cette figure, ascétique et réservée Mil vezes abro a boca… e nada digo. Mille fois j’ouvre la bouche … mais je reste muet. * Só uma vez ousei interrogá-lo: Une seule fois j’ai osé le questionner : Quem és (lhe perguntei com grande abalo) Qui es-tu (ai-je demandé avec effroi), Fantasma a quem odeio e a quem amo? Fantôme que je déteste et que j’aime ?
* Teus irmãos (respondeu) os vãos humanos, Tes frères (répondit-il), les vains humains, Chamam-me Deus, ha mais de dez mil anos… M’appellent Dieu, depuis plus de dix mille ans … Mas eu por mim não sei como me chamo… Mais moi-même, je ne sais quel est mon nom …
18 avril 1842 – Ponta Delgada (Les Açores)- 11 septembre 1891 Ponta Delgada 18 de abril de 1842 – Ponta Delgada, 11 de setembro de 1891
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Traduction Jacky Lavauzelle
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LE CONVERTI O CONVERTIDO _______________________________________
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Entre os filhos dum século maldito Parmi les enfants d’un siècle maudit Tomei também lugar na ímpia mesa, J’ai aussi pris place à la table des impies, Onde, sob o folgar, geme a tristeza Où, sous le plaisir, la tristesse gémit Duma ânsia impotente de infinito. D’un désir impuissant d’infini. * Como os outros, cuspi no altar avito Comme les autres, j’ai craché sur l’autel Um rir feito de fel e de impureza… Un rire de fiel et d’impureté … Mas um dia abalou-se-me a firmeza, Mais un jour ma rudesse m’a ébranlé, Deu-me um rebate o coração contrito! Le cœur contrit m’a lancé une alarme ! * Erma, cheia de tédio e de quebranto, Aride, pleine d’ennui et brisée, Rompendo os diques ao represo pranto, Rompant les digues à ses larmes retenues, Virou-se para Deus minha alma triste! Ma triste âme s’est tournée vers Dieu ! * Amortalhei na Fé o pensamento, J’ai enveloppé ma pensée dans la Foi, E achei a paz na inércia e esquecimento… Et j’ai trouvé la paix dans l’inertie et l’oubli … Só me falta saber se Deus existe! J’ai juste besoin de savoir si Dieu existe !
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida. Mon âme, rêvant de toi, s’est perdue. Meus olhos andam cegos de te ver. Mes yeux sont devenus aveugles de te voir…
Não
Eu não sabia o primeiro grande começo
Céu, terra e e tudo mais
Se essa é a questão
Não
Eu não conhecia as nuvens da grande aurora primária
Eu não sabia mas agora eu sei
Eu sei
A terra não estava mais informada
Neste momento
Mesmo que ninguém soubesse que forma ela poderia ter
Realmente
Almas sem corpo, velho caixão do Egito sem mortes,
sopa de lentilhas sem lentilhas
Tudo isso estava lá
A terra não estava mais vazia
Cheio de luzes e escuridão
Escuridão e ainda escuridão
Como no cu do primeiro dia do mundo
Lá
Os lobos divinos andavam de cabeça para baixo
A cauda invisível no nevoeiro do diabo
Os últimos monstros monstruosos estavam finalmente acabando uma carniça indescritível
As estátuas do céu arrancaram as tábuas que sustentavam as nuvens
Os anjos estavam cruzando nos frágeis barcos do tempo
Os arqueiros aterrorizados estavam atirando suas últimas flechas
Nas nádegas das ninfas totalmente amedrontadas
Ao ver tantos arqueiros valentes tendendo arcos tão poderosos
Lá
O barulho ficou em silêncio, veio o silêncio
O silêncio da noite
Da mais profunda noite
No meio do dia
Lá
Deus saiu
Sozinho
Ele descobriu seu abismo eterno
Ele passou a mão uma última vez em seu longo cabelo azul de fogo
Ele saiu triste
Então foi esse dia memorável
Pelo menos é o que o guardião do Jardim do Éden diz
Ele murmurou palavras históricas
Parece
Quem foi perdido desde
A lenda foi escrita então sozinha em um mármore lunar
De um único olhar
Tantas coisas estavam chegando
Ciência, dignidade, um planeta, o grande
E a pequena arte
Um planeta ainda
Cascos vazios e cascos cheios
O sentimentalismo e números ímpares e pares
Um planeta e heroísmo moderno
E assim por diante
Tanto e tanto
Tantos planetas
Enquanto essa jornada infinita continuasse
Sua massa geral gradualmente se encheu de lama
De cinzas e fogo
Mas sem parar a sua criação
Seu volume cresceu, cresceu
Que poderíamos tê-lo confundido com uma planeta, ele também
Uma rachadura apareceu
E o primeiro peido do mundo saiu
Um peido tão pesado
Quintessência de tristezas e desgraças
Sombras venenosas concentradas e espectros assassinos
E o primeiro peido do mundo caiu
Esta nova substância caiu tanto tempo
Que o eterno decidiu tirar suas asas
Só o caos ainda pode fluir em seu pescoço
Sem um único raio de alegria
Sem ouvidos e com uma alma solta
Ele continuou sua corrida
Até o colapso em um excremento repelente
Que foi chamado lá uma grande pilha de merda
Ele chegou lá
Misturando totalmente
Quando ele tocou a terra
Um relâmpago nauseante saudou a aparição
Esta é a grande pilha que o serviu como fermento
Foi-me dito
Deus brevemente virou a cabeça
Observando sua última criação
Quem já subiu em um aterro para culpar sua própria grandeza Que ele faria dessa rampa o lugar da memória por excelência
Para todas as gerações futuras
Deus acha que ele fez uma coisa estúpida
O maior erro que é
Mas o que foi feito, foi feito
Que este anão com pretensões de gigantes não poderia viver muito nessa rocha
Ele saiu tão depressa
Que nada mudou
Apenas uma luz brilhante arranhou o céu
Ele foi para a cama
No céu grosso da noite
Quem foi a primeira noite do homem
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L’ORIGINE DE L’HOMME
(CONTE CROATE)
Au commencement, il n’y avait rien que Dieu ; or Dieu dormait et rêvait. Ce sommeil dura des siècles. Le moment fixé pour son réveil arriva. Il s’éveilla brusquement, regarda autour de lui, et chacun de ses regards créa une étoile. Dieu s’étonna et se mit à voyager pour voir ce que ses yeux avaient créé. Il voyagea ; il voyagea, sans terme et sans fin. Il arriva à notre terre ; mais il était déjà las ; la sueur lui dégouttait du front. Une goutte de sueur tomba sur la terre ; cette goutte s’anima et ce fut le premier homme.
Ainsi l’homme est né de Dieu ; mais il n’a pas été créé pour le plaisir, il est né de la sueur divine, et, dès l’origine, il a été destiné à peiner et à travailler.
O gato descendo as escadas
Este gato acaba de poluir as sombras da lua
Hoje a noite
É ele!
Ele acha que ele é um cordeiro de Deus!
Um chinelo caiu e uma grande rachadura veio
Uma primeira gota inocente caiu na minha testa
Todos os pecados do mundo foram então despejados
De altura infinita
Em um som diabólico
Tempestade Sagrada e Relâmpago Torturado
Assim!
Um palhaço e um cisne fecharam a marcha
Uma aranha com o seu rosário costurou a tela
Com duas ou três nuvens passando
Não havia mais nada
Um céu vazio
Sem nenhuma escuridão
Sem ansiedade
O céu que percebeu que tudo tinha ido longe demais
Que isso acabaria mal
Mas o que fazer?
O gato bagunçou as sombras da lua
Ele arruinou o céu
Ele esvaziou fobias do mundo e corações
E ele esvaziou o transtorno obsessivo-compulsivo
E voltou para a cama
pacificamente
Com nenhum outro pânico do que descansar então
Os romances se tornaram árvores novamente
Ou borboletas de candura
As sardinhas enlatadas tornaram-se peixes vivos
Ou corações de azure
Nossos corações são almas novamente
Ou patifes mal penteados
Com a paixão desequilibrada
O gato sobe as escadas
O que ainda pode acontecer?
Les préparatifs au combat Jean face à des seigneurs tétanisés par la peur
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« Não falta com razões quem desconcerte « Il ne manque pas de seigneurs qui restent perplexes Da opinião de todos, na vontade, Sur la volonté de combattre,…
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OS LUSIADAS CANTO IV
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–
Vasco de Gama par Gregorio Lopes
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LA MORT DU VETERAN CAMOES
Et puis, pour qu’un royaume ait des gens de lettres, il lui faut de l’argent pour les pensionner. Le Portugal, qui épuisait son épargne en flottes, en armées, en constructions de citadelles, ne pouvait avoir dans son budget un chapitre d’encouragemens aux lettres et aux arts. Bientôt même l’état ruiné par ses conquêtes, obéré par la victoire, n’eut plus de quoi suffire aux besoins de ses armées : il finit par ne pouvoir plus nourrir ceux qui l’avaient servi. Camoens mourut à l’hôpital, ou à-peu-près ; mais ce ne fut pas comme poète ; ce ne fut pas comme Gilbert et Maifilâtre à côté d’autres écrivains largement rentes: ce fut comme un vétéran dont la solde manque, ou dont la pension de retraite est suspendue.il mourut comme beaucoup de ses compagnons d’armes, comme mouraient les vice-rois eux-mêmes, qui n’avaient pas toujours (témoin dom Joâo de Castro) de quoi acheter une pouie dans leur dernière maladie. … « Qu’y a-t-il de plus déplorable que de voir un si grand génie si mal récompensé ? Je l’ai vu mourir dans un hôpital de Lisbonne, sans avoir un drap pour se couvrir, lui qui avait si bravement combattu dans l’Inde orientale et qui avait fait cinq mille cinq cents lieues en mer. Grande leçon pour ceux qui se fatiguent à travailler nuit et jour et aussi vainement que l’araignée qui ourdit sa toile pour y prendre des mouches. » Il peut résulter de cette apostille que José Indio a vu Camoens à l’hôpital, sans qu’il faille prendre à la lettre les mots je l’ai vu mourir. Ce fut dans ces circonstances que le désastre d’AIkacer Kébir (4 août 1578) frappa de mort le Portugal. Il restait encore à Camoens une larme pour sa patrie : Ah ! s’écria-t-il, du moins je meurs avec elle ! Il répéta la même pensée dans la dernière lettre qu’il ait écrite. « Enfin, disait-il, je vais sortir de la vie, et il sera manifeste à tous que j’ai tant aimé ma patrie, que non-seulement je me trouve heureux de mourir dans son sein, mais encore de mourir avec elle. » Il ne survécut que peu de mois à ce désastre, et mourut au commencement de 1579, à l’âge de cinquante-cinq ans. Il fut enterré très pauvrement dans l’église de Santa Anna, dit Pedro de Mariz, à gauche en entrant et sans que rien indiquât sa sépulture. Ses malheurs firent une impression si profonde, que personne ne voulut plus occuper la maison qu’il avait habitée. Elle est restée vide depuis sa mort. Les prévisions de Camoens ne tardèrent pas à s’accomplir. Le Portugal, ce royaume né d’une victoire et mort dans une défaite, tomba bientôt sous le joug de Philippe IL Ce monarque visitant ses nouvelles provinces, s’informa du poète, et, en apprenant qu’il n’existait plus, il témoigna un vif regret….
Charles Magnin Luiz de Camoëns Revue des Deux Mondes Période Initiale, tome 6
Sémiramis Reine Légendaire de Babylone Semmiramide Regina di Babillone XVIIIe
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« Nunca com Semirâmis gente tanta « Jamais tant de guerriers avec Semiramis Veio os campos idáspicos enchendo, N’avaient pénétré les rivages de l’Hydaspe,…