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A ORIGEM DO HOMEM Jacky LAVAUZELLE

A ORIGEM DO HOMEM

A ORIGEM DO HOMEM Jacky Lavauzelle
Francisco Franco O GIL, 1923, Museu do Chiado, Lisboa

*A ORIGEM DO HOMEM Jacky Lavauzelle





Jacky Lavauzelle Poema

*
SERIE A HIPÓTESE DO HOMEM
*


****
A ORIGEM DO HOMEM


Poema

**

A ORIGEM DO HOMEM

Não
Eu não sabia o primeiro grande começo
Céu, terra e e tudo mais
Se essa é a questão
Não
Eu não conhecia as nuvens da grande aurora primária
Eu não sabia mas agora eu sei

Eu sei

A terra não estava mais informada
Neste momento
Mesmo que ninguém soubesse que forma ela poderia ter
Realmente
Almas sem corpo, velho caixão do Egito sem mortes,
sopa de lentilhas sem lentilhas
Tudo isso estava lá
A terra não estava mais vazia
Cheio de luzes e escuridão
Escuridão e ainda escuridão
Como no cu do primeiro dia do mundo

Os lobos divinos andavam de cabeça para baixo
A cauda invisível no nevoeiro do diabo
Os últimos monstros monstruosos estavam finalmente acabando uma carniça indescritível

As estátuas do céu arrancaram as tábuas que sustentavam as nuvens
Os anjos estavam cruzando nos frágeis barcos do tempo
Os arqueiros aterrorizados estavam atirando suas últimas flechas
Nas nádegas das ninfas totalmente amedrontadas
Ao ver tantos arqueiros valentes  tendendo arcos tão poderosos


O barulho ficou em silêncio, veio o silêncio
O silêncio da noite
Da mais profunda noite
No meio do dia

  Lá
Deus saiu
Sozinho

Ele descobriu seu abismo eterno
Ele passou a mão uma última vez em seu longo cabelo azul de fogo
Ele saiu triste

  Então foi esse dia memorável
Pelo menos é o que o guardião do Jardim do Éden diz
Ele murmurou palavras históricas
Parece
Quem foi perdido desde

A lenda foi escrita então sozinha em um mármore lunar
De um único olhar
Tantas coisas estavam chegando
Ciência, dignidade, um planeta, o grande
E a pequena arte
Um planeta ainda
Cascos vazios e cascos cheios
O sentimentalismo e números ímpares e pares
Um planeta e heroísmo moderno
E assim por diante

Tanto e tanto
Tantos planetas
Enquanto essa jornada infinita continuasse
Sua massa geral gradualmente se encheu de lama
De cinzas e fogo

Mas sem parar a sua criação
Seu volume cresceu, cresceu
Que poderíamos tê-lo confundido com uma planeta, ele também
Uma rachadura apareceu
E o primeiro peido do mundo saiu
Um peido tão pesado
Quintessência de tristezas e desgraças
Sombras venenosas concentradas e espectros assassinos
E o primeiro peido do mundo caiu
Esta nova substância caiu tanto tempo
Que o eterno decidiu tirar suas asas
Só o caos ainda pode fluir em seu pescoço
Sem um único raio de alegria
Sem ouvidos e com uma alma solta
Ele continuou sua corrida
Até o colapso em um excremento repelente
Que foi chamado lá uma grande pilha de merda
Ele chegou lá
Misturando totalmente
Quando ele tocou a terra
Um relâmpago nauseante saudou a aparição
Esta é a grande pilha que o serviu como fermento
Foi-me dito
Deus brevemente virou a cabeça
Observando sua última criação
Quem já subiu em um aterro para culpar sua própria grandeza
Que ele faria dessa rampa o lugar da memória por excelência
Para todas as gerações futuras

Deus acha que ele fez uma coisa estúpida
O maior erro que é
Mas o que foi feito, foi feito
Que este anão com pretensões de gigantes não poderia viver muito nessa rocha

Ele saiu tão depressa
Que nada mudou
Apenas uma luz brilhante arranhou o céu
Ele foi para a cama
No céu grosso da noite
Quem foi a primeira noite do homem

******************

L’ORIGINE DE L’HOMME

(CONTE CROATE)


Au commencement, il n’y avait rien que Dieu ; or Dieu dormait et rêvait. Ce sommeil dura des siècles. Le moment fixé pour son réveil arriva. Il s’éveilla brusquement, regarda autour de lui, et chacun de ses regards créa une étoile. Dieu s’étonna et se mit à voyager pour voir ce que ses yeux avaient créé. Il voyagea ; il voyagea, sans terme et sans fin. Il arriva à notre terre ; mais il était déjà las ; la sueur lui dégouttait du front. Une goutte de sueur tomba sur la terre ; cette goutte s’anima et ce fut le premier homme.

Ainsi l’homme est né de Dieu ; mais il n’a pas été créé pour le plaisir, il est né de la sueur divine, et, dès l’origine, il a été destiné à peiner et à travailler.

Recueil de contes populaires slaves
Traduction par Louis Léger
Ernest Leroux, 
****************

A ORIGEM DO HOMEM

*A ORIGEM DO HOMEM Jacky Lavauzelle

A COMEDIA DOS MORTOS – Poema Jacky Lavauzelle – a hipótese do homem

A COMEDIA DOS MORTOS

*A hipótese do homem A COMEDIA DOS MORTOS Jacky Lavauzelle





Jacky Lavauzelle Poema

*
A hipótese do homem


****

A comédia dos mortos

**

« Il en est qui n’ont pas le don des saintes larmes,
Qui veillent sans lumière et combattent sans armes ;
Il est des malheureux qui ne peuvent prier
Et dont la voix s’éteint quand ils veulent crier ;
Tous ne se baignent pas dans la pure piscine
Et n’ont pas même part à la table divine« 

Théophile Gautier
Ténèbres
La Comédie de la Mort
*****
Todos os mortos avançam mascarados e disfarçados no prado dos vivos
No maquis de queixas abafadas, o próprio mal iria corar
As mortes ardentes e geladas ainda estão se escondendo para se esconder
A fragrância triste e fétida de suspiros desagradáveis e desejáveis
*
O banal vazio sucede a morte que sucede o vazio fatal
Eu fechei a porta, ainda
Os bálsamos de memórias rasgadas me penetram tanto
Enquanto eles banham o coração dos sobreviventes que estão lindos esta noite
*
O sino toca como anéis o mais pesado dos sinos infernais
Os mortos antes da festa enterram as últimas dúvidas
No meu berço vejo a neve cair
*
Os mortos estão se reunindo mais numerosos que agitam meu coração
Perfume de uma alma conhecida, Lembrando um desejo infeliz
Por que eu guardei as chaves?

**********************

Versão francesa
LA COMEDIE DES MORTS

La Comédie des Morts Poème de Jacky Lavauzelle

**
Versão italiana
LA COMMEDIA DEI MORTI

La Commedia dei Morti Poesia di Jacky Lavauzelle

******************

comédia dos mortos
*A comédia dos mortos- Jacky Lavauzelle

UN CORPS PARFAIT- POEME – JACKY LAVAUZELLE

Un corps parfait Jacky Lavauzelle
Photo Jacky Lavauzelle – Lisbonne

Un Corps Parfait
*A hipótese do homem Un corps Parfait- Jacky Lavauzelle





Jacky Lavauzelle Poème

*
L’HYPOTHESE DE L’HOMME


****
UN CORPS PARFAIT

UM CORPO PERFEITO
****

*

**

Poème et traduction Jacky Lavauzelle
D’après Victor Meirelles Moema

****

Le sable sous l’abîme trembla de mille ondulations
A areia sob o abismo tremeu com milhares de ondulações

Un sultan de corail sorti le premier
Um sultão de coral lançado primeiro
Des prunelles de marbre sortaient quelques larmes
Lágrimas saíram dos grandes olhos de mármore

Les geôliers ont ouvert les dômes bleutés des derniers jours
Os carcereiros abriram as cúpulas azuladas dos últimos dias
Les pas du condamné se sont arrêtés
Os degraus do condenado pararam

Il ne manquait rien
Nada estava faltando
Pas même un millionième de millimètre
Nem mesmo um milionésimo de milímetro
Pas même un paradoxe
Nem mesmo um paradoxo
Juste un royaume à étendre
Apenas um reino para expandir

 Pas même une aiguille au bout du tunnel
Nem mesmo uma agulha no final do túnel

Chaque atome de  xénon rayonnait 
Cada átomo de xenônio irradiado
Sur une gaufrette de dioxyde de silicium
Em uma bolacha de dióxido de silício

Un corps parfait dans un cœur endurci
Um corpo perfeito em um coração endurecido
A bouleversé le monde et les femmes
Aborreceu o mundo e as mulheres
A embaumé toutes les tempêtes
Embalsaçou todas as tempestades
Et ta petite tête
E sua cabecinha
Et le petit matin
E o amanhecer

 Un corps parfait sans étoile et sans voile
Um corpo perfeito sem estrela e sem véu
Juste dans sa grâce et une totale nudité
Apenas em sua graça e total nudez
A brisé la tempête la plus hurlante 
Quebrou a tempestade mais uivante
Comme un voleur de violettes
Como um ladrão de violetas

 Les ardeurs éphémères salies par les hommes
O ardor efêmero sujado pelos homens
Embaument son âme dans son étui de feu
Embelezar sua alma em seu coldre de fogo
D’une secrète rage aux sommets des montagnes
De uma fúria secreta aos topos das montanhas
Monte l’étrange et chaude pudeur des anges
Monte a estranha e calorosa modéstia dos anjos
De la sublime Sphère
Da Esfera sublime
Montent au temple les arômes des anges
Suba ao templo o aroma dos anjos
Et l’amour qui se répand
E o amor que está se espalhando
 De son ombre effacée
Na sua sombra clareou
Ne se voit plus qu’en Dieu
Apenas visto em Deus
Qu’en Dieu seulement
Isso só em Deus

Et des anges indignés dans l’absolu
E anjos indignados no absoluto
Absolument cruels et absolument beaux
Absolutamente cruel e absolutamente lindo
Se suicident tous ensemble
Cometer suicídio juntos
Bel effroi absolu dans un regard
Lindo absoluto pavor em um olhar
Lui
Ele
Garde son univers et trace le trait idéal

Mantenha seu universo e trace o traço ideal
De l’homme parfait
Do homem perfeito
Dans les méandres
Nos meandros
Du petit matin
De manhã cedo

Il ne manquait rien
Nada estava faltando
Pa même un millionième de millimètre
Pa até um milionésimo de milímetro
Pas même un paradoxe
Nem mesmo um paradoxo
Juste un royaume à étendre
Apenas um reino para expandir

 Pas même une aiguille au bout de l’enfer
Nem mesmo uma agulha no final do inferno

Les ondes au-delà des cieux tremblèrent de mille ondulations
As ondas além dos céus tremeram com mil ondulações

**********************

UN CORPS PARFAIT
*Un corps parfait- Jacky Lavauzelle

UM CORPO PERFEITO – Poema Jacky Lavauzelle

Um Corpo Perfeito Poema Jacky Lavauzelle
Photo Jacky Lavauzelle – Lisboa

Um Corpo Perfeito
*A hipótese do homem Um Corpo Perfeito - Jacky Lavauzelle





Poema Jacky Lavauzelle

*
A hipótese do homem


****
UM CORPO PERFEITO
****

*

**

Poème et traduction Jacky Lavauzelle
D’après Victor Meirelles Moema

****

A areia sob o abismo tremeu com milhares de ondulações

Um sultão de coral lançado primeiro
Lágrimas saíram dos grandes olhos de mármore

Os carcereiros abriram as cúpulas azuladas dos últimos dias
Os degraus do condenado pararam

Nada estava faltando
Nem mesmo um milionésimo de milímetro
Nem mesmo um paradoxo
Apenas um reino para expandir

 Nem mesmo uma agulha no final do túnel

Cada átomo de xenônio irradiado
Em uma bolacha de dióxido de silício

Um corpo perfeito em um coração endurecido
Aborreceu o mundo e as mulheres
Embalsaçou todas as tempestades
E sua cabecinha
E o amanhecer

Um corpo perfeito sem estrela e sem véu
Apenas em sua graça e total nudez
Quebrou a tempestade mais uivante
Como um ladrão de violetas

O ardor efêmero sujado pelos homens
Embelezar sua alma em seu coldre de fogo
De uma fúria secreta aos topos das montanhas
Monte a estranha e calorosa modéstia dos anjos
Da Esfera sublime
Suba ao templo o aroma dos anjos
E o amor que está se espalhando
Na sua sombra clareou
Apenas visto em Deus
Isso só em Deus

E anjos indignados no absoluto
Absolutamente cruel e absolutamente lindo
Cometer suicídio juntos
Lindo absoluto pavor em um olhar
Ele
Mantenha seu universo e trace o traço ideal
Do homem perfeito
Nos meandros
De manhã cedo

Nada estava faltando
Nem mesmo um milionésimo de milímetro
Nem mesmo um paradoxo
Apenas um reino para expandir

Nem mesmo uma agulha no final do inferno

As ondas além dos céus tremeram com mil ondulações

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UM CORPO PERFEITO
*Um corpo perfeito - Jacky Lavauzelle

A BIBLIOTECA Poema Jacky Lavauzelle

A BIBLIOTECA
Poema
*Jacky Lavauzelle La Bibiothèque





Poema Jacky Lavauzelle

L’HYPOTHESE DE L’HOMME
A hipótese do homem


*
A BIBLIOTECA

Poema

*

A biblioteca Jacky Lavauzelle

****

O que diabos você tem?
Segredos continuam a se moldar em silêncio
Em um longo bocejo
Quem faria um corsário dormir e toda a sua tripulação
Para esquecer até o embarque
A vida se refugiou na cidade
Aqui
Doravante
As frases não respondem umas às outras.
Se não passar o tempo
Passe as ondas
E se perder em uma floresta de ébano
Algumas intenções observam a parte inferior das páginas
Resistente como pode ser pórfiro
E pérolas de Toledo lutando contra o próprio Vulcano
Esmagando as histórias e contos do seu pergaminho de ouro
Vermes infinitos dançam em versos íntimos
Coma as últimas rimas inúteis
Dance nas bordas da prateleira exausta
Esmagar paixões e pensamentos
Não há mais caras amadas
Não há mais vermelho ou preto
Mas dos esplêndidos esqueletos velhos e bordados
Como quartetos perdidos
Anunciando a vinda das últimas almas
Nesta candura lenta e quieta
Vazio para não mais ser lido
Um resto de vinho ao lado da fatia
Eles estão em silêncio
Por muito tempo a espuma maluca da competição verbal
Fechou-se neste jardim de inverno
Onde o inverno em si não vem mais
Onde os olhos se fecharam novamente
Lutas de uma ruptura de infância
Jogos de outra sintaxe
Incêndios de outra literatura
Nós nunca mais teremos esse typo de palavras
Essa luta dos críticos
O aglomerado do antigo
Os livros não vão mais abrir
Nunca mais fechou
As palavras mudaram tanto
Eles se mudaram mais uma vez ainda em um ritmo frenético
Antes de afundar
Batendo e afundando
Bater palmas com toques animados
Eu não consigo mais ouvir essa respiração
Quem tocou nos nossos sonhos
Neste palácio do espírito
Onde tudo está terminado
Para as praias das paixões
Eu não posso mais ouvir as ondas
Nas margens dos sentimentos
Faça um último agradecimento
As ondas de almas em rochas de chifres
O sangue fluiu
ainda
Em tantas fatias
descascadas
Uma última cortina
De memórias silenciosas
Por falta de amor
Por tanta fadiga
Por muitos abatimentos
Nas ruas dos pensamentos
Ter colocado as poucas vírgulas
Tantos tronos destronados em fatias seguem um ao outro
Em um silêncio do céu
Tantos precipícios se estenderam
Tantas vidas fantasiadas
Risos fora pegando cenas da vida
A noite se casou com as cristas dos raios
As palavras estão se retirando
E deite-se
Como o mar recua para se perder lá
Quando ela cai de falésias
Você não ouve nada
Segurando sua orelha
Você não sente mais
Abrindo seu coração
Que essas páginas em putrefação
Você só empurra a poeira estranha
Ruídos da infância e lágrimas estripadas
Os couros se esvaziaram novamente
As palavras guardiões da prisão
Ter entregado as sirenes e os dragões primeiro
Passos e encantos então
Swann do Jockey, Odette e M. de Norpois finalmente
A barbárie desapareceu no café local
As palavras nunca se mataram
assim
Eles se extinguem por não apertar os pontos
aqui
No esquecimento
Um dia tão lindo da primavera

**********************

A BIBIOTECA
Poesia
*Jacky Lavauzelle La Bibliothèque




INSÔNIA – POEMA JACKY LAVAUZELLE (A hipótese do homem)

insônia
Poesia
*A hipótese do homem Insonia- Jacky Lavauzelle





Poema Jacky Lavauzelle

*
A hipótese do homem


*
Insônia

Poema

*

insônia Poema Jacky Lavauzelle
Photo Jacky Lavauzelle – Fontaine Bartholdi – Lyon

****

insônia

Não há
Há mais
Há mais cavalo negro e cavaleiro negro *
O último está morto
Temido no caos da noite

Cavalo preto a galope sem cavaleiro negro
As tumbas permanecem
A grama verde não é mais
Há …
Há sombras
Há essas sombras nas sombras engatadas
Cheio de medo
Emergindo do passado
E me guiando para outra noite
Para outra passagem
Para outras ilusões
Para esta outra noite que já está me esperando
Sombras com sombras
As letras abandonaram o quarto
Por muito tempo já
Apenas segue os males
Sofrimento e vingança esperando pacientemente
A peça cai na espessura da noite
Em um ritual de jato
Com a fidelidade de um cachorro treinado
Gritos de crianças saem do seu covil
Dores rasgadas
Alegrias perdidas
Seres caídos
E eu
No meio
Eu sinto uma estaca gigante no meio
Me derrotar
Nos ossos
Ramos com casca áspera
Em desenvolvimento
Me penetrando os dois olhos
Há …
Há ramos difíceis
Em madeira de amêndoa
E paredes ao redor
Tudo ao redor
A peça caindo no meio do deserto mais ardente
Os mortos estão acordando
E deite-se contra mim
Rasgando minha pele
Enquanto sorrindo para mim
Suas bocas sujas e pútrido
O cavaleiro negro ri
O cavalo de ébano também
E as frases do dia anterior
E as abominações do mundo
Na minha cabeça
E não encontrando mais isso
E eu não ouço mais
Aquele  um som de chicotada sem fim no ar
Quem lambe minhas gotas de sangue
O choro vermeil corre ao longo do horizonte
E o som da minha última gota
No chão macio
E pútrido
Me acorde
O raio de luz
limpa
De uma só vez
A lua negra
O cavaleiro negro encontrou sua montaria preta
Há …

**********************

Note *

INSOMNIE DE VICTOR HUGO
(extrait)

…Et l’ange étreint Jacob, et l’âme tient le corps ;
Nul moyen de lutter ; et tout revient alors,
Le drame commencé dont l’ébauche frissonne,
Ruy Blas, Marion, Job, Sylva, son cor qui sonne,
Ou le roman pleurant avec des yeux humains,
Ou l’ode qui s’enfonce en deux profonds chemins,
Dans l’azur près d’Horace et dans l’ombre avec Dante ;
Il faut dans ces labeurs rentrer la tête ardente ;
Dans ces grands horizons subitement rouverts,
Il faut de strophe en strophe, il faut de vers en vers,
S’en aller devant soi, pensif, ivre de l’ombre ;
Il faut, rêveur nocturne en proie à l’esprit sombre,
Gravir le dur sentier de l’inspiration,
Poursuivre la lointaine et blanche vision,
Traverser, effaré, les clairières désertes,
Le champ plein de tombeaux, les eaux, les herbes vertes,
Et franchir la forêt, le torrent, le hallier,
Noir cheval galopant sous le noir cavalier.

Victor Hugo
Insomnie
Les Contemplations
Nelson, 

**********************

insônia
Poesia
*insônia- Jacky Lavauzelle





Poema Jacky Lavauzelle

A hipótese do homem
**


*
insônia
 –

POEMA

*

****

INSOMNIE – Poème de Jacky Lavauzelle – Série L’HYPOTHESE DE L’HOMME

INSOMNIE
Poésie
*Jacky Lavauzelle LES THEORIES DU VENT - TEORIAS DO VENTO - Jacky Lavauzelle





Poème Jacky Lavauzelle

L’HYPOTHESE DE L’HOMME
A hipótese do homem


*
INSOMNIE

Poème

*

Photo Jacky Lavauzelle
Photo Jacky Lavauzelle – La Fontaine Bartholdi – Lyon

****

 

Il n’y a pas
Il n’y a plus
De noir cheval et de noir cavalier*
Le dernier est mort
Eventré dans le chaos de la nuit
Noir cheval galopant sans cavalier noir
Restent les tombeaux
L’herbe verte n’est plus
Il y a …
Il y a des ombres
Il y a ces ombres enfantées sur des ombres attelées
Rassasiées de peur
Surgissant des passés
Et me guidant  vers une autre nuit
Vers un autre passage
Vers d’autres délires
Cette autre nuit qui m’attend déjà
Des ombres aux ombres se succèdent
Les paroles ont déserté la chambre
Depuis si longtemps déjà
Il ne reste que les maux
Des maux patients et revanchards
La pièce tombe dans l’épaisseur de la nuit
En un jet rituel
Avec la fidélité d’un chien dressé
Des cris d’enfants sortent de son antre
Des douleurs arrachées
Des joies perdues
Des êtres abattus
Et moi
Au milieu
Je sens un pieu géant au milieu
Me terrasser
Dans les travers des os
Et des branches cassées
Pousser
Sortant tout en me crevant les yeux
Il y a …
Il y a des branches rugueuses
En bois d’amandier
Et des murailles autour
Tout autour
La pièce tombant au milieu du plus ardent désert
Les morts se réveillent
Et se couchent tout contre moi
En m’arrachant la peau
Tout en me souriant
De leurs bouches fétides
Le cavalier noir se met à rire
La monture noire aussi
Et les peines du jour passées
Et les abominations du monde
Dans ma tête
Et ne trouvant plus que ça
Et je n’entends plus
Qu’un interminable bruit de fouet dans l’air
Qui léchent mes gouttes de sang
Le cri vermeil longe l’horizon
Et le bruit de ma dernière goutte
Sur le sol mou
Et putride
Me réveille
Le rayon de lumière
Efface
D’un seul coup
Le noir de lune
Le noir cavalier a retrouvé sa noire monture
Il y a…

**********************

Note *

INSOMNIE DE VICTOR HUGO
(extrait)

Et l’ange étreint Jacob, et l’âme tient le corps ;
Nul moyen de lutter ; et tout revient alors,
Le drame commencé dont l’ébauche frissonne,
Ruy Blas, Marion, Job, Sylva, son cor qui sonne,
Ou le roman pleurant avec des yeux humains,
Ou l’ode qui s’enfonce en deux profonds chemins,
Dans l’azur près d’Horace et dans l’ombre avec Dante ;
Il faut dans ces labeurs rentrer la tête ardente ;
Dans ces grands horizons subitement rouverts,
Il faut de strophe en strophe, il faut de vers en vers,
S’en aller devant soi, pensif, ivre de l’ombre ;
Il faut, rêveur nocturne en proie à l’esprit sombre,
Gravir le dur sentier de l’inspiration,
Poursuivre la lointaine et blanche vision,
Traverser, effaré, les clairières désertes,
Le champ plein de tombeaux, les eaux, les herbes vertes,
Et franchir la forêt, le torrent, le hallier,
Noir cheval galopant sous le noir cavalier.

Victor Hugo
Insomnie
Les Contemplations
Nelson, 

**********************

INSOMNIE
Poésie – Poesia
*Jacky Lavauzelle LES THEORIES DU VENT - TEORIAS DO VENTO - Jacky Lavauzelle





Poème Jacky Lavauzelle

L’HYPOTHESE DE L’HOMME
**


*
INSOMNIE


Poème 

*

****

LES LARMES DE SATAN – Jacky Lavauzelle – Poème – Poema -As lágrimas de Satanás

Poésie – Poesia
*Jacky Lavauzelle LES THEORIES DU VENT - TEORIAS DO VENTO - Jacky Lavauzelle





Poème Poema Jacky Lavauzelle

L’HYPOTHESE DE L’HOMME
A hipótese do homem


*
LES LARMES DE SATAN 

As lágrimas de Satanás
Poème – Poema

*

As lágrimas de Satanás Poema Jacky Lavauzelle
Photo Jacky Lavauzelle

****

 Les morceaux de ciel se répandent
Os pedaços do céu estão se espalhando
Des couronnes de regrets et de hontes
Coroas de arrependimentos e vergonhas
Eclatés
Explodiu
En parures des souffrances échancrées, dénudées et décolletées
Em adornos de sofrimentos recuados, nus e decotados
Mornes maraudeurs, vieux maraudeurs, verts maraudeurs
Triste saqueadores, velhos saqueadores, saqueadores verdes
Dévoreurs d’anges
Devoradores de Anjos
Mangeurs d’aubes
Comedores da aurora
Pâles cicatrices des parures des cœurs
Cicatrizes pálidas de ornamentos de coração
Entourent aussitôt les larmes du monde
Imediatamente cercam as lágrimas do mundo
Les peines et les maux sont là
As tristezas e os males estão lá
Ereintés
Esgotado
Aiguisant des armes fécondes
Afiando armas fecundas
Par des rougeurs de mort
Pela vermelhidão da morte
Les vieux chevaux fourbus d’abîme sans pudeur roulent sur la feuille
Cavalos velhos cansados de abismo sem vergonha rolam na folha
A leur rencontre
Para conhecê-los
Les nuits consternantes sur leurs joues se reflètent
As noites desoladas em as bochechas são refletidas
Mais les larmes soupirent mimant un souvenir d’amoureux
Mas as lágrimas suspiram, imitando a memória de um amante
Infidèles et impurs
Infiéis e impuros
La fleur éplorée parle à l’orage
A flor chorosa fala para a tempestade
Respire
Respira
Avec les mots des dragons et des bêtes
Com as palavras de dragões e bestas
La fleur dort et tangue
A flor dorme e dança
Rêve d’un nuage clair et serein
Sonho de uma nuvem clara e serena
Soufflent les éclairs à ses yeux étonnés
O relâmpago sopra para seus olhos atônitos
Et la perle démoniaque se couche sur sa main
E a pérola demoníaca está na mão dele
Chante une berceuse ailée et cornue
Canta uma canção de ninar com asas e chiffres
La chanson de la perle noire
A canção da pérola negra
Qui noircissait jusqu’à l’esprit sombre de la nuit
Que escureceu para o espírito escuro da noite
Putréfiée dans ce minuscule monde
Podre neste mundo minúsculo
A chaque obstacle butte le Temps
Em cada obstáculo o Tempo cai
A chaque obstacle penche la feuille
Em cada obstáculo se inclina a folha
A chaque obstacle
Em cada obstáculo
Tombe la pluie
Chuva caindo
Sur nos têtes aux aguets du néant
Em nossas cabeças à procura do nada

**

 

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Poésie
*Jacky Lavauzelle poème

JARNAC – SUR LA RACINE DU MONDE – Na raiz do mundo – Jacky Lavauzelle

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L’HYPOTHESE DE L’HOMME
A HIPÓTESE DO HOMEM
Jarnac Charente Jacky Lavauzelle

 


 PHOTOS JACKY LAVAUZELLE

 


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CHARENTE

JARNAC
SUR LA RACINE DU MONDE
Na raiz do mundo
poème Jacky Lavauzelle

**

 

 

*****

Chaque goutte est une ancienne larme
Cada gota é uma lágrima velha
D’un lointain horizon
De um horizonte distante
De complexes et inattendues substances aromatiques aériennes
Substâncias aromáticas aéreas complexas e inesperadas
Tombée dans le creux de ta main
Caído no oco da sua mão
Et de la main sur la croix
E com a mão na cruz
Et de la croix sur la racine du monde
E a cruz na raiz do mundo
Dans le coeur des arômes
No coração dos aromas

Sur une pierre si blanche et si loin du si proche océan
Em uma pedra tão branca e tão longe do oceano tão perto
Chaque goutte souffre sa croix
Cada gota sofre sua cruz
Dans l’éclat de la chauffe chantante
No brilho cantando do aquecedor
Douce mort dans ma tête et dans mes rêves
Doce morte na minha cabeça e nos meus sonhos
Chaque goutte vient d’une antique peine

Cada gota vem de uma dor antiga

Donnant l’une une étoile, l’autre un éclat
Dando uma a estrela e a outra uma faísca
L’une de l’acide et l’autre du sec
Um do ácido e o outro do seco
Donnant à la plus grande force le regard impuissant

Dando a maior força o olhar desamparado
Chaque goutte attend les autres gouttes dans un prochain cataclysme
Cada gota está esperando pelas outras gotas em um próximo cataclismo
Le temps passe et repasse
O tempo passa e repassa
Dans des cuivres aux longues chevelures éternelles
Em latão com cabelo longo e eterno
Laissant fouetter sa chevelure dorée
Deixando seu chicote de cabelo dourado
Dans la dureté de l’instant
Na dureza do momento
Le temps raccroche enfin ses gants
O tempo finalmente desliga as luvas

Dans mon rêve finissant
No final do meu sonho
Les pieds foulent les eaux lascives
Pés pisam as águas lascivas
 Mais qui s’en souvient des bouquets d’antan ?
Mas quem se lembra dos buquês de antigamente?
Qui s’en soucie ?
Quem se importa?
La première clarté de la terre repose sur le blanc de la craie
A primeira luz da terra repousa sobre o giz branco
Mais qui la voit ?
Mas quem vê isso?
Combien de vagues ont fini englouties ?
Quantas ondas acabaram engolidas?
Combien de trésors s’offrent au regard des nuages qui gonflent 

Quantos tesouros são oferecidos pelas nuvens que incham
Par la porte nacrée de l’île Madame ?
Pela porta perolada da ilha Madame?
Mais qui voit encore un peu à travers le judas du réel ?
Mas quem ainda vê um pouco através do olho mágico da realidade?
Au cœur de chaque goutte
No coração de cada gota
Le parfum des cépages du Bois Clos
A fragrância das castas Bois Clos
 Marche et retombe
Ande e caia
Mais qui encore l’entend ?
Mas quem ainda ouve isso?
La terre imitera les eaux et glissera au travers des rues
A terra vai imitar as águas e escorregar pelas ruas
La clarté inondera les rives bordées d’ugni blanc que les romains foulaient
A clareza inundará os bancos forrados com ugni branco que os romanos trilharam
Nous ne sommes plus au petit matin
Nós não estamos no início da manhã
Le temps qui s’éclipse
O tempo que se esvai
Inonde les cimes et les brouillis affermis
Picos de inundação e brouillis firmado
Tout se tend vers les eaux intérieures
Tudo está se movendo em direção às águas interiores
Jusqu’au plus jeune arbre qui ploie
Até a árvore mais nova que se dobra
 Devant de malheureux chênes dans leur toute puissance
Na frente de desafortunados carvalhos em todo o seu poder
 Un petit arbre qui plonge
Uma pequena árvore que mergulha
Et retombe
E quedas
Chaque goutte est née dans la sueur d’un alambic doré
Cada gota nasce no suor de um alambique dourado
 Chaque pierre se souvient de chaque goutte
Cada pedra lembra cada gota
De sa dernière inondation
De sua última enchente
Des vitesses des têtes et des forces des queues
Velocidades de cabeça e forças de cauda
A se heurter dans le plus âpre remous
Para colidir no mais furioso turbilhão
Devenir vivant dans une si profonde ivresse
Torne-se vivo em uma intoxicação tão profunda
A cheval sur l’infirme cep décati
Ocupando uma pobre variedade de uva aleijada
Qui casse
Quem quebra
Retombe
E quedas
Déraillant comme déraille le monde
Derrubando o mundo como descarrilou
Et remonte soudain
E de repente volta
Une corde au cou du côté des anges
Uma corda no pescoço dos anjos
Chaque pierre se souvient
Cada pedra lembra
De son dernier voyage
De sua última viagem
De sa première rencontre
Desde sua primeira reunião
Des sous-bois d’automne
Vegetação rasteira no outono
Du vol paresseux des fragrances des huiles de noix caverneuses
O vôo preguiçoso de fragrâncias de óleos de noz cavernosos
La clarté de la terre épouse alors la puissance des barils infinis
A clareza da terra então se casa com o poder de barris infinitos
Et les ondes nacrées des vertes frondaisons
E ondas peroladas de folhagem verde
 D’une si douce eau-de-vie qui glisse
De uma doce aguardente que escorrega
 S’arrondit dans de multiples plis
Arredondamentos em várias dobras
 Et se cache au loin
E se esconde à distância
Dans le bruit des tonneaux assemblés
No som de barris montados
Comme s’assemble le monde
Como o mundo se encontra
Chaque goutte goutte sa joie
Cada gota goteja sua alegria
Chaque goutte repose au fond 

Cada gota fica no fundo
D’un chai si profond
Uma adega tão profunda
Où plane le baiser final et doux du rancio victorieux
Onde o beijo final e doce de rancio vitorioso paira

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FRANCE
JARNAC
CHARENTE
Jarnac Charente Jacky Lavauzelle

L’HYPOTHESE DE L’HOMME -a hipótese do homem – Je m’en remets à toi – Eu deixo para você – Jacky Lavauzelle

Poésie – Poesia
*Jacky Lavauzelle poème A CASCA DO MUNDO - Poema Jacky Lavauzelle - L'ECORCE DU MONDE (Sonnet)





Poème Poema Jacky Lavauzelle


L’HYPOTHESE DE L’HOMME
A hipótese do homem
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JE M’EN REMETS A TOI
Eu deixo para você
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Poème – Poema
Sonnet – Soneto
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Je m’en remets à toi
Eu deixo para você
Combien a-t-il fallu de temps
Quanto tempo demorou
Pour que dans nos yeux armés de bottines trouées
Para isso em nossos olhos armados com botas perfuradas
Des gouffres creusent des murailles épaisses  et reposent en silence
Os abismos cavam paredes espessas e descansam em silêncio
Je m’en remets à toi
Eu deixo para você
Il parait que c’est pour demain
Parece que é para amanhã
Me dis-tu
Você me diz
A l’heure des promeneurs
Na hora dos caminhantes
Il y eut des murmures, me dis-tu
Houve murmúrios, você me diz
Tu me l’as toujours dit
Você sempre me disse
Les beaux soirs se sont brisés les uns après les autres
As belas noites quebraram uma depois da outra
Tu as entendu le premier craquement dans un coin de ta table
Você ouviu a primeira rachadura em um canto da sua mesa
Toutes les tendresses s’effritent  depuis les unes sous les autres
Desde então, toda a ternura desmorona uma sob a outra
Tu as toujours pensé que le temps ne reviendra plus
Você sempre achou que o tempo não voltaria
Depuis qu’il t’a glissé entre les doigts
Desde que ele escorregou entre os dedos
Lui aussi
Ele também
Je m’en remets à toi
Eu deixo para você
Toi qui sais
Você quem sabe
Que dans nos yeux seulement quelque chose peut surgir
Que em nossos olhos apenas algo pode surgir
C’est pour demain ! Pour 9 heures ! Paraît-il
É para amanhã! Por 9 horas! parece que ele
Et moi, je m’en remets à toi
E eu deixo para você
Les derniers parfums sont collés à ta peau
Os últimos perfumes são colados à sua pele
Et cette sueur âpre nous brûle comme un violent acide
E esse suor áspero nos queima como um ácido violento
S’effritent aussi tes  rires innocents
Também esmague seu riso inocente
Il n’y a plus d’innocence
Não há mais inocência
Il n’y a plus d’importance
Não há mais importância
Tu me l’as toujours dit
Você sempre me disse
Te moques-tu encore ?
Você ainda está brincando?
S’effritent les thèses et les controverses inutiles
Teses debilitadas e controvérsias desnecessárias
Les mots ne servent plus à rien
Palavras não são mais úteis
Est-ce le hasard ?
É por acaso?
Il n’y a plus qu’une de tes mains qui tient le corps
Há apenas uma das suas mãos segurando o corpo
Plus qu’un corps qui tient les vagues de la femme
Mais que um corpo que segura as ondas da mulher
Plus qu’une femme qui retient l’hypothèse de l’homme
Mais do que uma mulher que sustenta a hipótese do homem
J’ai serré les dents
Cerrei os dentes
Quel drôle de garçon fais-tu !
Que garoto engraçado você faz!
J’ai mordu ma langue
Eu mordi minha língua
Quel étrange humain es-tu ?
Que estranho humano você é?
J’ai perdu ma face et j’ai oublié ma parole
Eu perdi meu rosto e esqueci minha palavra
Le vent s’effondre
O vento entra em colapso
Comme s’effritent les beaux soirs
Como as belas noites estão desmoronando
Quand tu étais là
Quando você estava lá
Tu parlais comme parlent les pierres légères
Você falou como falar as pedras de luz
Mais je n’ai pas compris
Mas eu não entendi
Je n’entendais que du vent
Eu só podia ouvir o vento
Ma langue est tombée
Minha língua caiu
Je m’en remets à toi
Eu deixo para você
J’ai enlevé l’eau profonde tout autour de toi
Eu removi a água profunda ao seu redor
Et je me suis baigné
E eu tomei banho
A l’heure des promenades
Na hora dos passeios
C’est impossible
É impossível
Tu me l’as toujours dit
Você sempre me disse

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Poésie
*Jacky Lavauzelle poème